Muita gente acredita que ter um ambiente ideal para estudar TI é complicado ou muito caro. Mas não precisa ser assim, hoje em dia existem muitas formas de configurar um ambiente pra poder estudar e desenvolver laboratórios de TI sem que seja necessário gastar rios de dinheiro.
Este artigo é apenas uma parte do que eu recomendo como ambiente de estudos, seja para você que está nos Cursos Técnicos, Faculdade ou já é profissional da área, poder desenvolver com muita facilidade suas habilidades em Redes, Segurança, Roteamento, VPN, Cloud, Suporte e desenvolvimento.
Vou começar falando do hardware básico para poder estudar e suas vantagens.
Em princípio você precisa ter um computador, é obvio… Seja ele de mesa ou portátil. Desktop ou notebook não fazem diferença em relação ao resultado do estudo, apenas em relação ao tamanho da tela e custo de peças de reposição/upgrade.
Qual Processador escolher para aprender TI?
Em primeiro lugar vamos falar do processador, o coração da máquina. Hoje em dia temos ótimos processadores de entrada que satisfazem o básico para estudos, caso você esteja com intenção de hardware de entrada eu recomendo um processador Core i5 de 6ª geração em diante com no mínimo 4 núcleos, isso para garantir a performance em uso de mais de 3 VMs (Virtual Machines) ao mesmo tempo.
Geralmente os processadores desta família também possuem 4 Threads, ou seja, aceitam 4 instruções diferentes por passagem de dados (como se fossem 4 processadores diferentes trabalhando ao mesmo tempo, isso permite que o processador não fique ocioso entre uma instrução e outra aumentando o seu desempenho).
Processadores como Core i7 de 6 núcleos ou Core i9 de 8 núcleos, todos multithread é claro, são os ideais para uso em ambientes de estudo, mas alguns tem custo um pouco (só um pouco) proibitivo, principalmente para quem está começando. Por isso fiz questão de colocar o Core i5 como base.
Quanto de Memória RAM vou precisar para estudar?
Em termos de memória não tem muito o que fazer, o mínimo são 16GB de RAM, nem vem dizer que com 8GB dá que não dá, não dá pra ter um Windows Server com clientes Windows desktop (7 ou 10) e servidores Linux com 8GB de RAM rodando corretamente.
O ideal seriam 32GB pois permitem que além dos sistemas operacionais virtualizados terem memória o suficiente pra executar, as áreas de trocas de dados e swap também terem espaço suficiente.
Lógico que a velocidade da memória e o uso de Dual Channel (memórias trabalhando em pares) ajuda muito na performance. Por isso recomendo o uso de duas memórias de 8GB, caso seu total sejam 16GB, nos bancos de memória corretos para o melhor aproveitamento do hardware.
O Armazenamento ideal para o seu ambiente de estudos
Em questão de armazenamento não tem nem o que discutir, é pra usar SSD, e não há desculpa para não ter um SSD para as VMs.
– Em primeiro lugar a velocidade de acesso aos dados é muito superior ao HDD;
– Em segundo lugar o acesso não linear (permitindo que áreas não contíguas/adjacentes sejam acessadas simultaneamente) permitindo acessar dados de mais de uma VM ao mesmo tempo, garantindo uma melhor performance de leitura/escrita;
– Em terceiro lugar os SSDs atuais tem um ciclo de vida (leitura/escrita) muito maior, sendo assim não tem risco de falharem por causa do uso excessivo.
Na questão do espaço do SSD eu recomendo no mínimo, mínimo mesmo, 120GB de espaço. Veja bem, eu tenho um SSD de 120GB com 16 VMs instaladas nele (Windows Servers, Windows Desktops, Linux Server e Linux Desktops), e ainda tenho quase 50GB livres.
Lógico que eu uso de forma inteligente, utilizando o conceito de discos diferenciais (que explicarei melhor no próximo artigo que será sobre configurações do virtualizador), mas todas as VMs estão instaladas de forma padrão (nenhuma instalação LITE), todas estão atualizadas com todos os patchs de segurança, afinal preciso de uma ambiente real para fazer os laboratórios.
Quanto maior for seu SSD e maior forem suas taxas de transferência mais performance você terá. Mas é possível hoje comprar SSD de 120GB de fabricante confiável por menos de R$130,00, um investimento inteligente e que rapidamente apresenta resultado.
Demais periféricos
Em relação às placas de vídeo não há problemas pois os SO virtualizados não precisam de grandes recursos gráficos. Placas Intel, Nvidia ou AMD são mais que suficientes.
E se você é como eu, que prefere um notebook a um desktop, não tem problema. Meu notebook só tem espaço para um disco rígido de 2,5″ , mas eu comprei uma case, que custou uns R$25,00, que me permitiu tirar o drive de DVD, que eu quase nunca usei, e colocar o SSD no lugar.
Assim tenho 2 discos rígidos no meu notebook, um HDD híbrido com 1TB de HDD (onde está meu diretório pessoal) e com 24GB de SSD (onde está a partição de sistema) e um SSD de 120GB para todas as VMs.
Meu ambiente atual
Meu ambiente é de Core i7 5ª geração, com 16GB de RAM e 120GB de SSD para as VMS. Consigo executar ao mesmo tempo sem quase perda de performance o seguinte cenário:
– 2 Linux Firewall/Proxy/VPN/Roteamento
– 2 Windows Server 2016 (AD/FS/DNS/DHCP) (2 Domínios sincronizando)
– 3 Windows 7 Desktop clientes do Domínio
– 2 Linux Desktop clientes do Domínio
Lógico que eu configuro o virtualizador para usar o máximo os recursos de hardware e para virtualização, mas mesmo assim é um excelente laboratório.
Espero ter te ajudado a escolher o hardware mínimo para começar um bom estudo de TI, no próximo artigo irei mostrar como aproveito melhor o hardware nas configurações do virtualizador, principalmente em redes e discos.